O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê chuvas intensas no norte da Região Norte (acima de 60 mm) e entre 20 e 40 mm em áreas do Norte, litoral do Nordeste, Sudeste e Sul entre os dias 13 e 16 de junho. O interior do Nordeste e o norte do Sudeste e Centro-Oeste devem ter tempo aberto com chuvas fracas. No início da semana, pode chover em Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, com possibilidade de temperaturas mínimas recordes. Uma massa de ar frio deve derrubar as temperaturas no centro-sul do país, com mínimas próximas de 0 °C e risco de geadas na Região Sul.
Em levantamento realizado nesta sexta-feira, 13 de junho, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) alerta para risco hidrológico em Porto Alegre (RS) e no Estado do Rio Grande do Sul (devido à possível elevação dos rios da bacia do Uruguai) e para movimento de massa em Salvador (BA). Também há previsão de acumulados significativos entre Sergipe e Alagoas. A próxima semana deve ter chuvas acima da média no Sul, abaixo da média no Sudeste e chuvas intensas no litoral do Nordeste e no Norte.
A Confederação Nacional de Municípios (CNM) reforça a necessidade de atenção dobrada para os riscos de alagamentos e do frio intenso e saúde humana. Além disso, chama a atenção para os riscos associados aos desastres. A entidade ressalta, ainda, a importância de os Municípios estarem preparados e fortalecerem a Defesa Civil municipal.
De acordo com o estudo Panorama dos Desastres no Brasil 2013 a 2024, publicado pela CNM, os desastres relacionados a ondas de frio, friagens e frentes frias causaram R$ 473,3 milhões em prejuízos econômicos, sendo a agricultura o setor mais afetado, com perdas de R$ 379 milhões. No mesmo período, tempestades, incluindo tornados, raios, granizo, chuvas intensas e vendavais, provocaram um total de R$ 115,4 bilhões em prejuízos, com forte impacto nos setores de agricultura (R$ 45,5 bilhões), pecuária (R$ 5,8 bilhões) e comércio (R$ 5,7 bilhões). Esses dados evidenciam a gravidade da emergência climática no país.
Política Nacional de Proteção e Defesa Civil
A Política Nacional de Proteção e Defesa Civil (PNPDEC) – instituída pela Lei 12.608/2012 -, atribui 18 responsabilidades diretas aos municípios, mais do que à União e aos Estados. Entre essas atribuições, cabe aos municípios: organizar abrigos provisórios em condições adequadas de higiene e segurança; manter a população informada sobre áreas de risco, alertas e ações emergenciais; mobilizar e capacitar radioamadores para atuação em desastres; realizar simulados com base no Plano de Contingência; coordenar a coleta e distribuição de suprimentos; avaliar danos e prejuízos nas áreas afetadas; e manter a União e os Estados informados sobre a ocorrência de desastres e as ações de proteção civil realizadas.
Cuidados com a Saúde
Com a aproximação de uma nova frente fria e o aumento nos registros de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), a Confederação alerta os gestores municipais para os cuidados com a saúde respiratória, que devem ser intensificados em todo o país. A combinação entre a queda das temperaturas, a baixa umidade do ar e a maior concentração de fumaça e poluentes no ambiente cria um cenário propício para o surgimento de doenças respiratórias e o agravamento de quadros preexistentes, sobretudo entre os grupos mais vulneráveis, como crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas.
Dados do novo Boletim InfoGripe da Fiocruz apontam que o número de casos de SRAG em 2025 está significativamente acima do registrado nos dois últimos anos. Entre as semanas epidemiológicas 19 e 22, o número de casos quase dobrou em relação ao mesmo período de 2024, com um aumento expressivo de 91%. Essa alta atípica se concentra principalmente nos estados das regiões Centro-Sul. Os vírus Influenza A e Sincicial Respiratório (VSR) seguem como os principais responsáveis pelas hospitalizações por SRAG em grande parte do país.
Diante deste cenário, a vacinação – tanto para influenza quanto para Covid-19 – é a principal forma de prevenção. Além disso, especialistas recomendam o uso de máscaras em unidades de saúde, ambientes com aglomeração de pessoas e, especialmente, em caso de sintomas gripais. A CNM ressalta que os Municípios que decretarem emergência em saúde pública em virtude da SRAG podem solicitar incentivo financeiro de custeio junto ao Ministério da Saúde.
Autoridade Climática e Conclima
Para enfrentar os impactos da crise climática, a CNM defende a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 31/2024, mais conhecida como PEC do Clima, que institui o Conselho Nacional de Mudança Climática, a Autoridade Climática Nacional e o Fundo Nacional de Mudança Climática. Além de garantir a governança climática de forma federativa na construção de políticas de enfrentamento à mudança do clima, a PEC do Clima irá garantir cerca de R$ 25 bilhões por ano para Municípios atuarem na prevenção, resposta e recuperação de áreas afetadas por desastres.
Também a CNM lidera a criação do Consórcio Nacional para Gestão Climática e Prevenção de Desastres (Conclima). A iniciativa busca ampliar a capacidade dos Municípios na prevenção e resposta a desastres, bem como na adaptação às mudanças climáticas. Por meio do Conclima, os entes consorciados terão acesso a suporte técnico, apoio para captação de recursos, elaboração de planos setoriais e implementação de ações integradas, fortalecendo a gestão local frente aos crescentes desafios climáticos.