Fotos: divulgação

Campo Largo é um dos municípios da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) que faz parte do Consórcio Metropolitano de Serviços do Paraná (COMESP). E, a partir dele, novas oportunidades estão surgindo para agroindústrias locais, juntamente com o Programa CONSIM 2 (Projeto de Ampliação de Mercados de Produtos de Origem Animal para os Consórcios Públicos), do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). 

Neste ano, mais duas empresas tradicionais de Campo Largo, a Embutidos Sabim e a Embutidos Rondinha, conquistaram o comércio regionalizado e já podem vender seus produtos não apenas no município, mas também dentro da abrangência do Consórcio. Isso significa que as duas vão alcançar 31 municípios tanto da RMC quanto do litoral, saltando seus negócios de 140 mil habitantes para algo em torno de três milhões e meio de habitantes.

Como funciona – Ao participarem do processo de desenvolvimento e adequação, ambas as agroindústrias foram preparadas para estarem aptas a vender seus produtos conforme as indicações da organização entre os municípios. “O processo de internalização das empresas, com o objetivo de ampliar a área de vendas no âmbito do Consórcio, exigiu um tempo maior do que o inicialmente previsto. Isso se deve ao fato de que, em alguns casos, foi necessário realizar ajustes nos fluxos internos e nos processos de produção, a fim de garantir maior eficiência e conformidade com as exigências legais e de mercado”, explica a médica veterinária da Secretaria Municipal de Agricultura e Pecuária (SMAP), Amanda de Jesus Hervis.

Além disso, segundo ela foi preciso atualizar todos os registros de produtos e rótulos, bem como comprovar, por meio de análises laboratoriais, a qualidade dos produtos. “Como parte desse processo minucioso, as empresas também implantaram Programas de Autocontrole, fundamentais para assegurar a rastreabilidade, segurança e padronização dos alimentos. Com essas etapas concluídas, os próximos passos serão a conquista dos mercados estadual e nacional, consolidando a presença das empresas campo-larguenses e fortalecendo sua competitividade no setor”, complementa.

Ela acompanhou o processo de ambas as empresas, em conjunto com as responsáveis técnicas Vanessa Chek (Embutidos Sabim) e Cassiane Pereira (Embutidos Rondinha), com o objetivo de orientá-las no cumprimento de cada detalhe exigido. Por meio do Consórcio há uma série de benefícios como a segurança sanitária dos alimentos comercializados, a ampliação da capacidade fiscal, redução de custos, integração regional, além da abertura de mercado. 

Amanda também é fiscal do Serviço de Inspeção Municipal de Produtos de Origem Animal (SIM/POA) de Campo Largo e reforça que mais produtores locais podem aproveitar a expertise do processo, já que essas são, respectivamente, a segunda e a terceira agroindústrias de Campo Largo a obterem o selo do COMESP para ampliarem seus alcances de comercialização, levando seus produtos daqui para outros lugares do Paraná.

Todos os municípios que fazem parte do COMESP devem ter uma legislação municipal de regulamentação. E Campo Largo tem desde junho de 2023 a Lei Municipal nº 3.613, do Serviço de Inspeção Municipal (saiba mais aqui). Ela consolida a oportunidade para aqueles que desejarem – desde que registrados no SIM de Campo Largo -, ampliar seus negócios dentro do Consórcio. 

Importância do selo SIM/POA – Ambas já tinham o selo SIM/POA, a Sabim registrou-se em 2011 e a Rondinha desde 2009, ou seja, já estavam regulamentadas com relação aos procedimentos de inspeção e fiscalização sanitária. As agroindústrias com este selo podem comercializar seus produtos somente dentro do município. “Trata-se de uma importante oportunidade para quem atua com produtos de origem animal, pois obter o selo é crucial para comercializar o seu produto em mercados, feiras e demais estabelecimentos. Temos, inclusive, outras agroindústrias que já nos procuraram e estão em processo de regularização”, afirma o secretário municipal de Agricultura e Pecuária, Bohdan Metchko Filho.

Ele destaca ainda que a equipe da SMAP está bem preparada para orientar demais interessados, pois à medida em que acompanha o processo de regularização com cada agroindústria também aperfeiçoa seu método de trabalho. “O objetivo é beneficiar não só os produtores rurais, mas também a população, pois é o selo SIM/POA que garante o controle de qualidade dos alimentos e a segurança alimentar para os consumidores”. Entenda a importância destes cuidados com os produtos de origem animal nesta matéria.

Embutidos Sabim – “Receber o selo da COMESP foi um marco muito importante para a Embutidos Sabim. O processo exigiu bastante adaptação da nossa parte, com bastante burocracia e documentação, já que eles precisam ter certeza de que estamos seguindo todos os critérios de qualidade e segurança dos produtos que fabricamos. Apesar dos desafios, todo esse cuidado valeu muito a pena. A conquista do selo nos abriu portas para atender novos mercados e expandir nossa presença para além do nosso município. Isso refletiu diretamente nas vendas e na visibilidade da empresa”, conta a gerente administrativa, Luana Isabel Campagnaro. 

Ela revela ainda os próximos passos da empresa localizada no bairro Jardim Padre José de Anchieta. “Nossa meta agora é chegar até Curitiba, cidade que, infelizmente, ainda não aderiu ao COMESP. Por isso, já estamos em busca do selo SUSAF e, mais adiante, pretendemos nos preparar para conquistar também o selo SISBI (Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal), que permitirá a comercialização dos nossos produtos em todo o território nacional. Acreditamos que, com o trabalho da nossa equipe e o apoio dos profissionais envolvidos nesse processo, essa conquista está cada vez mais próxima”.

Rondinha Salames e Embutidos – Giovane Zampier, sócio proprietário, conta que a empresa nasceu em 2009 e que sua família tinha o costume de criar suínos e fazer salames e embutidos caseiros, uma tradição passada de pai para filho. “Começamos produzindo no antigo armazém dos meus avós, localizado no bairro Rondinha, e depois de pronto fazíamos a entrega pela cidade. Com isso, ficamos conhecidos como ‘Rondinha’, era a forma que os clientes nos chamavam”. 

Em 2024 a empresa mudou para um novo local. “Construímos um novo espaço do zero, maior e com toda a infraestrutura necessária para uma produção de larga escala, já em preparação para expandir nosso campo de venda. O SIM/POA de Campo Largo sempre acompanhou nosso trabalho, fazendo inspeções e exigências para a fábrica, mas tudo mudou quando nossos responsáveis técnicos nos informaram da possibilidade de entrar no Consórcio Metropolitano. De imediato começamos a fazer as mudanças necessárias, implantamos os programas de autocontrole, melhoramos a forma de produzir, armazenar e vender os produtos”, pontuou ele. 

Também neste caso o processo de internalização no Consórcio foi demorado, segundo Giovane, “devido a questões burocráticas com a mudança de endereço, documentação e rotulagem. Mas valeu a pena”, conclui ele, que também já conseguiu ampliar as vendas para outras cidades da RMC, e está de olho na indicação ao selo SISBI. “Iremos vender para o Brasil todo”, assegura.

Com informações da Prefeitura

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